Pedaços de Alcongosta

Instantâneos da Terra da Cereja

Hoje, 15 de Agosto, é dia de má memória para Alcongosta. Foi neste dia, em 2002, que as chamas consumiram num ápice quase toda a Serra da Gardunha. Depois de ter conseguido passar mais de 20 anos quase incólume, apenas com pequenos episódios, este incêndio foi devastador.
Começou perto das 5 da tarde e ao final da noite o vento e a actuação dos bombeiros a que incrédulos assistimos contribuíram para que quase toda a serra, que temos como de todos nós, estivesse reduzida a cinzas.
No dia seguinte restava um manto negro, algumas clareiras para a zona de Alpedrinha, na reserva dos corsos e muitas promessas de uma rápida reflorestação. Seis anos depois, é o que se vê.
Quando as labaredas fizeram juntar o povo no Casal da Ponte, com o receio de que as casas fossem afectadas, e perante os microfones das rádios, jornais e televisões, foram céleres a assegurar que as feridas na Gardunha iam convenientemente e o mais rápido possível ser saradas. Pelo que podemos constatar é com todo o fundamento que os podemos acusar de terem mentido. Sim, mentiram! Por laxismo, falta de interesse, ausência de pressão, nada foi feito.
Foi retirada a madeira, ainda se plantaram algumas árvores no monte da Casa do Guarda, mas a reflorestação nunca avançou.
Foram muitos avanços e recuos, mudanças de directores, burocracia, falta de vontade e o raio que os parta. Por cá, apenas as cinzas deixaram de marcar a paisagem. Entretanto deram lugar a mata e vegetação rasteira. Árvores, nem vê-las. Então e os estudos sobre as espécies, os timmings, a análise da eventual auto-regeneração? Nada.
Se calhar não era má ideia pensar nuns castanheiros para ali, árvore com tradição nesta serra. Ou outras folhosas, que tornem a serra um pouco mais verde.
Meus caros, para o ano há eleições. E todos sabemos os milagres possíveis nestas épocas. Mesmo que nada seja feito no resto do tempo, sabemos que nestas alturas os nossos governantes estão mais "sensíveis" às necessidades da população. Por isso é importante mostrar o descontentamento. E o Luís que tenha a inteligência de se pôr fino e saber aproveitar a maré para pressionar e conseguir o melhor para a nossa terra.

8 comentários:

Anónimo disse...

Quem manda e decide devia-se envergonhar do que não tem sido feito para que a reflorestação já tenha acontecido

Anónimo disse...

Pena terem deitado fogos para plantar cerejas e deixarem morrer o castanheiro que era a árvore natural da Gardunha. O meu Fundão está a morrer das belezas de outrora. Tenho vergonha de ser Fundanense tanta modernidade... mas para isso não precisa de se matar a natureza, deixar cair o convento, o cinema e tantas outras habitações que faziam a historia do Fundão, mas os fundanenses só dão vozes a quem de lá não é. Os Fundanenses ilustres não estão lá. Alcongosta só me lembra fogo, destruição e mania de grandeza, que só a tiveram com a "morte dos Castanheiros" e a praga das cerejas, essas que nem dão e nem as deixam provar da arvore, colocando calda á beira dos caminhos para que n se prove, antes eram gente humilde e as lavadeiras do Fundão, hoje reluzem-lhes o "dinheiro" no cérebro e têm no coração o interesse e a arrogância. A Gardunha esta "pintada de sangue dos incêndios - a cereja".

Uma Fundanense que vê o seu Fundão ser vandalizado nas suas memórias e origens

Anónimo disse...

Pena terem deitado fogos para plantar cerejas e deixarem morrer o castanheiro que era a árvore natural da Gardunha. O meu Fundão está a morrer das belezas de outrora. Tenho vergonha de ser Fundanense tanta modernidade... mas para isso não precisa de se matar a natureza, deixar cair o convento, o cinema e tantas outras habitações que faziam a historia do Fundão, mas os fundanenses só dão vozes a quem de lá não é. Os Fundanenses ilustres não estão lá. Alcongosta só me lembra fogo, destruição e mania de grandeza, que só a tiveram com a "morte dos Castanheiros" e a praga das cerejas, essas que nem dão e nem as deixam provar da arvore, colocando calda á beira dos caminhos para que n se prove, antes eram gente humilde e as lavadeiras do Fundão, hoje reluzem-lhes o "dinheiro" no cérebro e têm no coração o interesse e a arrogância. A Gardunha esta "pintada de sangue dos incêndios - a cereja".

Uma Fundanense que vê o seu Fundão ser vandalizado nas suas memórias e origens

Anónimo disse...

A cereja não é "o sangue dos incêndios". Vê-se que o caro anónimo não é desta localidade.

Podem ter sido cometidos erros aqui ou ali, pode ter acontecido que a ganância de alguns lhes tenha toldado o discernimento em algumas situações, mas os castanheiros e as cerejeiras são perfeitamente compatíveis.

Também me parece que o digníssimo anónimo é muito dado a generalizações. Vai-se a ver e quando analisadas no concreto, não têm fundamento nenhum.

Reflicta se não estará a ser fundamentalista e injusto para quem não se revê minimamente nesse retrato. Já agora, convido-o a fazer uma visita à Terra da Cereja. Localidade que claramente não conhece o suficiente.

Gardunha

Anónimo disse...

para alem de o anonimo estar mal informado quando diz que o castanheiro era a arvore natural da gardunha...
os castanheiros foram plantados á séculos onde antes não os havia.

Anónimo disse...

a mando do rei D. Dinis, o lavrador.

Anónimo disse...

antigamente a nossa serra tinha muito menos vegetação do que agora, apesar das pessoas pensarem o contrário.
em vez de mato e de arvores a nossa serra era muito mais despida, cultivava-se pão e centeio entre outros cereais. em qualquer canto entre rocha onde houvesse um pouco de terra aravel havia pão.
uma grande parte da serra era cavada à mão...
que bem que isso ia fazer aos nossos políticos

Anónimo disse...

o caro anonimo ao fazer afirmações tão parvas só demontra uma coisa... ou é BURRO ou não sabe da arte

Enviar um comentário